No que vai dar
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No WhatsApp (é uma relação moderninha):
- Oi Thá!
- Oi, td bem?
- Td e vc? Como tá seu dia?
- Ah, tá o de sempre… meu chefe torrando e eu tendo que correr feito louca atrás das coisas.
- Hmmmmm.
- E vc, ta fazendo o que?
- Posso te perguntar uma coisa?
- Só vou saber se você perguntar, né? rs.
- É né… rs. Então… eu queria saber assim… o que a gente é.
- Como assim, Genilson?
- Ah, tipo, a gente tá saindo faz um tempo, né? E eu queria saber o que a gente é, pra onde a gente tá indo…
- Não tô te entendendo… pra onde a gente tá indo?
- É… tipo… a gente é sério?
- Ahh… entendi. Então… a gente tá se curtindo!
- Se curtindo?
- É! Sabe? Aproveitando as coisas boas!
- Hmmmmmm.
- A gente vai se conhecendo aos poucos e vai curtindo…
- Mas então é casual?
- Nãããão Genilson, rs! A gente tem essa conexão… e estamos nos curtindo…
- Conexão?
- É, a gente se gosta, tá vendo no que vai dar.
- Mas é algo sério ou casual?
- Ai Genilson, para de querer rotular tudo!
E assim foi seguindo: depois de 2 anos, resolveram morar juntos. Qualquer tentativa de definição do relacionamento era desviada com “não precisamos rotular” — essa história de dar nomes aos bois ficou para a geração dos pais, com seus casamentos e relacionamentos confusos. Um relacionamento, para ser feliz, não precisa de um nome ou definição. “Vamos ver no que vai dar…”
Um dia, chegando em casa, a Thá encontra Genilson pelado e amarrado na cama, com dois homens, duas mulheres e um pato com roupa de couro (não pergunte). Horrorizada com a situação, ela protesta fervorosamente e pergunta como ele pôde fazer isso com ambos.
Amarrado na cama, responde:
- Tô vendo no que vai dar!